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21 de julho de 2006

Insight

Baralho lacrado das sensações. Ri-se da infração aos silvos das réguas. Chora-se perante uma carne viva que sucumbiu. Alegra-se diante da notoriedade do próprio ego. Frustra-se quando ele a troca por outra. A vida naturalizou-se. Mas, Stela espanta-se, involuntária e estranhamente com cada posição em que o Tempo fica.
Stela sempre fora inclinada a perscrutar o Mundo. Genuína observadora de Mundo. Observações, pensamentos, filosofias vão empanturrando-a de uma necessidade de extravasar, codificar o mistério que a assola. Optara pela dádiva das mímicas de Deus; decidira desenhar, pintar, rabiscar a Vida; os céus com seu temperamento inerente, as habilidades das formigas, o dessabido vôo, a tez das ervas, a gelatina dos peixes, o grande diário encadeado dos oceanos.
Artes. Quadros. Vida com apelos a fôlegos artificiais para suportar as demandas das burocracias. Artista que cobiça um destino posicionado sobre a própria arte trabalha os músculos da tolerância, da paciência. Mas faz fronteiras com a Metafísica; quase beberica a estranheza. Infelizmente, negam-lhe a entrada. Ninguém pode descobrir. Este é o mandamento fundamental da existência.

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