Total de visualizações de página

17 de outubro de 2006

Da nascença ao óbito

Receita fresca.
Ainda que tenha sucumbido à obviedade inconsistente de tudo, o bebê atrai gentes do Pantanal. Inconscientemente, a perplexidade que se ajeita mostra suas arcadas. Magnitude.
Velha novidade que espanta. Todo dia me espanto. O Mundo é vivo. A morte faz gambiarras que culminam em vida. A vida é um gato que se faz com a rede elétrica.
O bebê cresce. Evidencia suas próprias percepções. Ingenuamente, denota suas máscaras. Escolhe. Avança a um lado. Opta. Pára. É devoto do animalesco que o assola. Começa a estipular – involuntariamente – a verdade. Carrinhos que andam retos, corretamente; carrinhos que se estraçalham. Faz o dia embasar-se nas performances do carrinho.
Matriculam-no à escola. Certas crianças revelam misantropia. Acostumaram-se à união solitária com as próprias máximas. Num súbito, um antro de verdades diversificadas as repele. Há os que se entrosam rapidamente com seus contemporâneos até então ocultos. É preciso condizer com os paradigmas do civilizado.
Puberdade. A aragem rodriguiana passa a ser a bússola da existência. Até a entrada a uma loja pode processar o constrangimento. Este tem grande quantidade de remetentes na conturbada sexualidade. Todos já beijaram, todos são expert em masturbações alucinantes. Um; apenas um não beijou, não deu rações à sexualidade. Temeu o ato... Encharcou-se de exércitos. E fica envergonhado naturalmente, conforme as baforadas do enorme ditador. A insegurança o aliena da massa exagerada que emana da essência.
Cresce e envereda a uma carreira, habilita-se para dirigir, é impelido à envergadura da compostura. Nesse instante, essas burocracias desempenham o carrinho de outrora.
Atinge à velhice. O grande alucinógeno é “ficar à espera” da novidade – vasta ignorância dos que vivem.

Nenhum comentário: