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10 de abril de 2005

Extravasar

Tento achar, no meio deste baú cujo cadeado nunca encontro, as doses certas da composição das coisas. Alminhas de crianças com alfabeto incipiente, matéria-prima de cabelos perfeitos e olhos azuis, a pele negra e homogênea. Vasculho tudo que me existe a fim de descascar de vez todo o ininteligível que é tão forte quanto anos em busca de músculos fulgurantes. Onde está toda a aquarela? Há excesso de nuvens brancas no céu, houve superávit de tons pastéis. Tantas rosas rosas e uma grama meio desbotada... talvez o verde esteja em decadência. Quanta viagem. Quanta ignorância... ser humano é ser tão pouco. Acho que este porte é um mísero caminhão... vou aqui e ali, como um pouco, ouço e volto à inércia típica. Mas esse humano é o que aloja minha alminha... e que alminha inquieta esta, que não me dá sossego pleno à noite. Tanto vai e vem no ínterim do dia e, ainda assim, de noite, ela surge atônita capinando meu dia... e enquanto não conclui toda a tarefa, me cutuca feito criancinha ávida em plena madrugada.

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