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23 de abril de 2005

Ponteiros

Vida: Circunstâncias que se incumbem de sê-la. Que pequenez ser em função das pendências que ficaram ontem, que ficarão de hoje para amanhã e que nunca se findarão. Avidez em função de um desvirginar do que estava previsto. Desespero por conta de pouca variedade de belezas, aromas. Vida: A mecânica de conseguir em poucas horas dar conta de tantos e de tudo. E dormir quase que com a necessidade de morrer. O fim das horas e o recomeço da vida são a suma de um indivíduo demasiadamente exausto. A vida sai do seu genuíno sentido para se vulgarizar em meio a números e cores que indicam o que deve ser feito. Não há mais a vida - como conteúdo de embalagem de cada serzinho. Há vida genérica... um esparramar único a que todos devem se acomodar. Devo me acomodar a pegar o trem muito rapidamente, pagar todas as contas, sair correndo de transeuntes conhecidos, voltar ao escritório, tomar água devido a recomendações médicas, adiantar as tarefas de amanhã, ter um quarto de tempo para o almoço, voltar e mergulhar no labor. E de noite me derramar naquela cama e dormir o suficiente para ter boa disposição amanhã. E amanhã, antes mesmo de olhar o tempo, me precaver com sombrinha, óculos escuros... e ir junto a circunstâncias que cismaram tomar papel da minha vida. Da verdadeira pretensão da vida.

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