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31 de março de 2005

Conotações do Tempo

O acaso acaba por sempre dar a mesma conotação às coisas. Novos namoros, e um vigor em cima da certeza de que tudo ficará muito bem. Novos convívios, cabeças diferentes e uma semana hiper diferente. E semanas e semanas juntos e os diálogos ficam previsíveis, já se conhece a geografia de cada criaturinha que há bem pouco era coisa inédita nas nossas vidas. O inédito já demanda novidades. Estou certa de que agora... e o "agora" varia tanto como a aparência dos campos nos dias em que a estação vira-se do avesso. Meu momento já se foi, porque eu pensei nele e ele agora é arquivo histórico. Nunca senti nada tão efêmero quanto a minha linfa inteira. Meu cerne talvez seja a mais veloz natureza. Porque, enquanto o céu é azul durante grande parte do dia, eu transcendi a segunda, a terça, a quarta, eu enxerguei as primeiras estrelas logo cedo, quando acordei. Tudo parece tão fresco. Mas eu me lembro, ao abrir as fotografias aqui dentro, de já ter sentido essa parafernália obscura nos meus tempos de criancinha. Nos tempos em que a clave de sol saía de mim sem pudor. Nos tempos de sorrisos que ocorriam com uma piscadela de olho simultaneamente. Mal sabia eu que um mundo ainda ia ser apresentado por mim mesma a mim. Um mundo a cujo acesso não me dei muito bem de cara... mas existem pontes a levar-nos a ele.

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