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19 de março de 2005

Meu quarto de fundos

Reis ficam sempre na comissão de frente. Como se isso fosse um privilégio enorme. Não é. Não é mesmo. Meu quarto fica nos fundos. E antes de contracenar com os outros fantoches da vida, confirmo outras existências, outros danos oriundos dos bastidores da vida nas flores, nas folhas e em mim. Porque acordo com a companhia dos meus suseranos. E as folhas, à medida que o tempo se consome, ficam à mercê. Como eu fico à mercê de um dia que ainda vai se fazer. O dia é virão; se vira sozinho. E aí então o destino ou o acaso me incumbem de ver, sentir, discordar(humanamente falando). Vou indo no itinerário cíclico para os que estão como espectadores de minha vida. Mudam-se os compromissos, os fantoches trocam suas roupas, me faço diante da escuridão, mas a vida é redundante. Ainda que súbitos martírios ou súbitas libidos me escolham, no fim, caio em seqüência de dias se traçando. Dias se inclinando para a alegria de estar aqui, mesmo sendo órfã. Dias com tendências doloridas. A vida é uma aquarela com bônus de cores pretas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Carol! Vc sabe q eu adoro tudo o q vc escreve, pq vc é uma escritora nata. Adorei esse texto, pq nele está inserido muitas verdades.Sempre q der, eu darei uma passadinha por aki p/lhe deixar uma mensagem. Mil beijos da Chris