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13 de março de 2005

Interrogação

Subitamente , num domingo típico , num "domingo-clichê" vem uma guerrinha maldita habitar meu território . Sentir-se ameaçado por uma incerteza é tão catastrófico . Ao fim disso tudo , o que poderia ter sido já está em ruínas . E , portanto , não há mais tempo de ser . É isso mesmo o que vivo ,,, não há como extravasar a placa da interrogação. Fico inclinada a meus acontecimentos , já caíram em pretérito e , ainda assim , me vem essa vida cuja origem desconheço . Também desconheço a aquarela do céu , das árvores , das ararinhas . E desconheço quem fornece a matéria-prima das bocas , da gosma dos olhos , da interseção entre a lágrima e o mar . O talhe das bananeiras é tão diferente do que se exibe nas árvores do fundo da minha casa . E eu sou tão diferente da velha criatura que já está impregnada de erosões do tempo . Saímos da mesma ampulheta , feito aquela areiazinha que vai descendo , descendo . Tudo que existe , intempestivamente , vem em minha direção ...e fica uma porção de coisa pendente , um monte de burocracia a se resolver simultaneamente .

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