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2 de março de 2005

Devaneios

No banho pensei no ano de 2757 . Nem pós de minha hospedagem restarão aqui . Tantas Carolinas espalhadas , com repertórios diferentes , lutas e vadiagens . Identidades inválidas , documentos à mercê de pragas e epidemias e meus versos não terão sentido algum a futuras gerações talvez. Meus caprichos , minha avidez , minha tranqüilidade serão pretérito , serão um verbo que não mais faz , nem mais acontece . E fico assim , espectadora da vida , das gentes , das árvores que são os muros desse Vale , dos passarinhos que mexem suas cabecinhas sem rumo . Fico pensando nas maçãs que surgem e amanhã nova safra já existe para substituí-las . Como a vida . Como a menina linda que hoje não passa de uma transeunte qualquer . Meu banho foi tão rápido , tão efêmero quanto o incêndio vindo do atrito das folhas e que a própria natureza apagou com a chuva .

Um comentário:

Anônimo disse...

só uma pergunta!
essa maçã é famosa ou foi coincidência?
ficou perfeito,a mensagem personificou-se numa metafora exelente, e consistiu numa crítica (observação, se você preferir) muito interessante: somos completamente dispensáveis e substituíveis! passam tantos de nós por aqui, como brotam maçãs, e ainda ousamos pensar que o miundo nasceu e irá morrer conosco!
...
não sei se foi isso que vc quis dizer, mas penso muito assim e acho que bateu...
bjos!