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13 de março de 2005

Ponte

Fico entre a ponte do destino e do acaso . Parece , em certas estações , que sou fantoche de algum livro que contenha meu início , meu ínterim e meus derradeiros instantes na Terra . Eu poderia estar em um casebre sem a solidão que geralmente me assola nos domingos . Ou não ! Era mesmo para eu nascer aqui e ser vizinho da mulher de cabelos rebeldes e adrenalina sempre cem por cento . Eu poderia ter os dedos menos compridos e ser uma negra bem estilosa . Poderia já nascer com a certeza da minha hesitante inteligência . Por que eu não pertenço à safra da geração de 1930 ? Destino? Acaso? Acho que o Fado não é inerente a cada pessoa ... talvez as estrelas mais fulgurantes tenham sido fadadas a sobressair , mas os transeuntes da vida dividam a existência e os acontecimentos com os súbitos meramente . Quanto baralho congelado , tenho essa péssima mania de vasculhar meus baús ... nunca concluo nada ; há sempre uma pendência para um futuro imprevisível.

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