“Lei da Gravidade”. Indiscutível. Já foi pensada pelo magnífico Isaac Newton... Memórias já amareladas pela eternidade do Tempo. Não se pensa a grandiosidade que embrulha as máximas que vão virando convenções e, de repente, tornam-se tão imperceptíveis como o ar.
Pesquisa-se acerca da gravidade. Insiste-se na idolatria ostensiva ao Físico (respeitável, claro), mas não se sente a esperteza e a íntegra condição de alerta em que se posiciona o Fatal... O tão presente e incompreensível fatal.
A Vida está viva a todo Tempo. Perante qualquer descuido, os dedinhos foragidos da Terra exibem suas forças, suas potências, suas eficácias, suas velocidades.
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Lya cumpria seu ritual de “chegar-à-casa-dela-e-lavar-o-rosto-e-secá-lo-com-uma-toalhinha-fiel-a-sua-face”. A toalhinha passava o dia estendida sobre uma madeira da janela do quarto da mulher – metódica com demasia. Havia-lhe (à toalhinha) frestas de madeira que permitiam que baforadas leves de vento sugassem a umidade daquele pedacinho de pano tão solitário.
O que desafiava a tendência ao infindável quedar cósmico era uma estatueta pequena, embora pesada, de um sapo. Caso ela não existisse, a toalha seria rebaixada a tapete.
Por uma distração qualquer, Lya levantou o sapinho; a Natureza – vigorosa- exibiu-se na descida selvagem da toalha.
Lya encantou-se, não sei por que, pela presença incansável do Tempo em sua vidinha redundante. A vida é uma inquieta vaidade, pensou.
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