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27 de maio de 2006

T-E-C-N-I-C-I-S-T-A

ESTE TEXTO NASCEU DE UM SUSPIRO TRANSCENDENTE DE JOÃO FELLET

Calma! É preciso, primeiramente, investigar se a fileira das letras está em linha reta. Escrever demanda anos e anos de estudo. Uma idéia estendida em palavra não representa Nada. Uma idéia que se depura no processo gramatical, no entanto, é arte. Isso sim é arte!
Raquel era o cume da clausura. Sua consciência – ingenuamente pretensiosa – inclinava-se às máximas já prontas; às convenções do Mundo.
Para a rapariga, “arte” equivalia à perfeição no manuseio da técnica. Dou-lhe outro nome: profissionalismo. Arte, a genuína arte é a brincadeira de elásticos, são os hipérbatos que se fazem com a soberba inerente às técnicas.
Para explanar seu idioma é imprescindível graduar-se em Letras, ler concentradamente e guiado por críticas e críticas todos os clássicos recomendados; ainda que não haja harmonia entre o leitor e a coisa lida, é preciso condicionar-se ao gosto por essa linhagem de Literatura. Tudo é questão de condicionamento. Só o Tempo para ajeitar suas acomodações.
Olhos esquizofrênicos, anestesia à tônica do Vital. Desreflexo. Inibição da extensão da vida – legítima arte.
Raquel abstinha-se do deguste “Fenômeno – Vida” em prol de um maçante ritual do Postiço que não condizia com o enorme dessentido que é a bússola da existência.
Pode-se lhe extrair a pureza, uma Floresta Amazônica de pureza.

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