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23 de maio de 2006

Lolitas Cândidas

Não se sabe em que marcha comporta-se o Tempo durante os artesanatos humanos em épocas de juventude. Desconhece-se uma mocinha sequer que não tricotou ficções libidinosas, amorosas, afetuosas enfim cujo destinatário era um professor.
As meninas – entre 12 e 20 anos – geralmente, baforam um círculo de Amor no qual se inclui um professor. As mais carnívoras encantam-se por aqueles cuja estética remete-as aos belíssimos mitos gregos. A beleza das incipientes belezas das incipientes civilizações é poste de luz em nossas consciências. A nossa epiderme se pronuncia eloqüente, imponente, perante o belo. A alma abstém-se por inteiro e por fugazes segundos.
O professor, em sua indumentária natural, em meio a seus arquivos, diante do talhe de sua letra, à mercê da própria oratória, eloqüência, didática... Persuade, ainda que involuntariamente, as alunas: do âmago saem mensagens subliminares: “tenho uma habilidade especial me cedida pela Terra; guardo um segredo afrodisíaco e censurado pelas cláusulas de uma Escola”. Isso as encanta. Esse tipo de mestre – misterioso, de fluência vocabular atiça a paixão das sensíveis carnavalescas que têm imensa fé em amores utópicos.
Existem, em todos os continentes que compõem o Globo, Lolitas e mais Lolitas. Os corredores de escolas emanam não simplesmente cartazes elaborados por alunos, mas sopram a qualquer pessoa o constrangimento de uma libido proibida e, por isso, freneticamente censurada pelo indivíduo que é ditatoriamente incumbido de sintetizar o prazer; o prazer do falo.

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