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10 de junho de 2006

Buda Peste

Toda tranqüilidade, toda paz, toda concentração que emanavam do Siddhartha – ainda novinho – repetiu-se postiçamente em Aline. Esta se entrosava bem – embora sem perder suas reservas – com seus contemporâneos, com aqueles por cuja condição ela já passara, com as promessas à própria vida.
Suas explanações salivavam candura, doçura, atração.
Fora pousada em uma família bem sucedida economicamente. Mas se abstinha dos luxos que lhe eram viáveis.
Toda vastidão de “vazio” a que Buda chegara era a maior cobiça da garota.
É óbvio que, face a face ao formato humano, a mocinha aspirava a um grande amor, a umas roupinhas, a umas vaidadezinhas visando à atração de fêmea ao macho.
Mas sofria, sofria de um nocivo desconhecido pelas intelectualidades colossais. Nocivo-cósmico. Nocivo-segredo. Todos constituem uma grande emenda que culmina num grande desconhecimento.
Cada Vida é a integral ignorância de ser o que não se sabe.
Aline era pó de alquimias atônitas. O corpo dela era enraizado no solo civilizado, condizia com a força gravitacional. A alma, no entanto, passeava e hesitava por terrenos gelatina-fresca.
Aline tinha todo o terreno de civilizações disponível a ela e toda mesquinhez do Celestial.

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