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16 de junho de 2006

Desalmados

Propriedades humanas. Sentidos em alerta no tapete estendido do Tempo. As várias mortes dos sonos não me agregam a um postiço silêncio do Vasto e Curioso “silêncio – desfecho”.
Vida dinâmica. Incansável doméstica cujo trabalho lhe está sempre vivo. Está tudo orgânico. “Outdoors” orgânicos, asfaltos orgânicos, semáforos orgânicos, corpos e almas orgânicos.
Almas vivas... Bem vivas. Mercúrios que têm como fado as aragens gringas. A alma se locomove de acordo com as varetas inquietas de mãos cegas. Almas. O maior caminhão das toneladas de não sei o quê, perante estradas deformadas pelo próprio Cosmos e pelas vidas artificiais dos carros.
Corpo suave. Quarenta e cinco quilos e quinhentos gramas. De manhã, exatos quarenta e cinco quilos. Transporte leve... Não são necessárias grandes intrigas com os ares; o corpo flui em junção aos ares.
Alma perturbada. Iogue que não se adaptou às didáticas que visam ao equilíbrio. Iogue forte. Embora hesitante; sem bússola; redemoinhos atraentes.
Todo manual que consta a estirpe humana. Pela transparência da sanidade, tudo parece estar em suas devidas poltronas... A alma, no entanto, faltou-lhe. Carnívoros... Devoradores de carnes humanas. Resquícios das presas nas arcadas.
Lamento os desalmados. Por, talvez, cobiçá-los a mim mesma. Gostaria de dessentir todo meu sofrimento que contempla uma nostalgia sem remetentes.

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