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28 de junho de 2006

Devoção aos ponteiros

Bussunda.
O próprio batismo já se tornou uma boa conotação de uma estrofe ilustre. Tanta fidelidade à fragrância que lhe era inerente: humor. Devoção ao talento, desafio... Enorme desafio para se chegar ao trabalho – lazer.
A Natureza, numa distração em que o balão de gás sobe, privou Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, da maturidade – quando iluminada por luzes pejorativas que o ser maduro pode vir a ter. Bussunda era um quarentão criançola.
Morte súbita. Naturalmente, as arcadas se apartaram, como símbolo da perplexidade. O Brasil, no frenesi da Copa do Mundo parou... Não como a brincadeira “Estátua”, mas como a necessidade outorgada de um espirro.
O previsível da vida é taxado a mixarias. Sabe-se em que culminará a vida. Sabe-se, porém, não se sente a vastidão de negritude que acolhe a monstruosidade de se existir.
Ícones da mídia, utopias, aqueles que formam o novelo das famílias parecem ter um contrato sigiloso e inédito com o Tempo. A morte, em nossas filosofias, é a praia onde a onda do mar quebra-se e não atinge nossos pés. A morte inclina-se ao diálogo lúdico com a ingenuidade de adulto. Não se sente a morte. Como não se sabe os incipientes momentos da vida.
Os espectadores pensavam que Bussunda seria emperiquitado pelas gradativas decadências agregadas à evolução da condição humana. Evolui-se agudamente para se voltar ao princípio do qual nada se sabe.
Mas, Cláudio, Sinvaldo, Murilo, Sofia, Carolina, Nina, André, Marcos Paulo, Juscelino... Pertencem ao comum da Vida. E o trânsito vital é um extenso dessentido. O comum é uma anomalia enorme. O Mundo é anômalo.
Ficaram tristes durante o funeral do humorista. Enorme instantâneo. Instantâneo aparentemente sem ecos. Porque já sucumbiram aos decotes palpáveis. Já riram. Talvez isso seja uma tapeação fajuta ao martírio. Mas, creio que, quando é hora de se martirizar, é necessária a vassalagem à pose dos ponteiros.

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