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10 de junho de 2006

Precisa-se de tijolos

Tijolos lapidados pela inocência de uma mulher; de um sentimentalismo inerente à maioria dos vivos formatos femininos. Tijolos. Quantos tijolos talham as fêmeas, as sensíveis existências. Num súbito, uma aragem fatal extirpa o amontoado de tijolos.
O homem é a projeção agigantada de nossas ficções. Parece que a estirpe masculina desenvolve e automatiza uma oratória que encanta, fascina a mais séria das mocinhas. Oratória emperiquitada com modas raras; modas de eventos raros. Modas que não condizem com a fictícia realidade de se viver.
Homens. Orgânico. Mulheres; imediatamente crochês de minúcias e de suposições possantes feito muros de cimento batido. Quando o crime ocorre, todo o radicalismo de que a gente se abstinha ressuscita com o vigor-sinônimo de outrora. Radicalismo apical. Intempestiva ojeriza a macios novelos de conversas aparentemente despretensiosas. Que tudo tivesse pretensão; o empenho com a casa da roça, da estradinha bem interiorana. Que houvesse empolgações com a aura do ambiente. Mas os propósitos são sempre óbvios com demasia; denotativos à beça. As vontades contentam-se com as epidermes de Biologia, com as reações de Químicas. Químicas nocivas. Cocaínas em bastão consistente ao encontro da recepção de Dona Alma.
Viram, os vitimados por traições de corpo e de cerne, banqueta com uma aberturazinha a sugestões. A seriedade de um trapaceado é um anticorpo evidente que diz: “Por favor, não me induza a verdades, à dureza das verdades e nem me faça acreditar no Amor... Por favor, deixe que eu me entenda com minhas guerrilhas”. Não quero ficar frígida perante o postiço encantamento da vida. Quero acreditar nas dentaduras. Quero acreditar em Elza Soares. Sou trapaceira de mim mesma. Mas me é tudo outorgado. Professorinha de quarta série é que me rege até hoje. Queria desagregar a consciência de minha vida.

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