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3 de junho de 2006

Siddartha Gautama

A primeira entidade de agressividade o fisgou quando sua consciência ainda não alcançava a planície da inconsciência. O trejeito da irritabilidade, o primeiro gestual de irritação veio-lhe quando ainda era bebê. O instinto passava-lhe reto; sem depurações da razão. Mas é regulamento do Cosmos. Inevitável chefe a que se deve submeter.
Toda cautela com que se pega um nenê estava armada. Trinta graus do círculo trigonométrico a postos do contato pleno com o serzinho que se sentia ainda inconsistente sobre o colchão do berço. Mais uma vez se treinava a dinâmica das teorias de Trigonometria. Pegou-se, enfim, aquela incipiente existência. Aconchegou-a na carne já firme. Sentidos embaralhados à mercê de sentidos mais íntimos de si.
O mimo não se restringiu à pegada da criaturazinha, ao balanço do objetozinho sem bússolas, a cutucadas na plenitude. Falou-se à pequenina Vida o nome que lhe fora dado. Toda exagerada delicadeza que emana dos bebês foi atropelada pelo trator cuja potência era: SIDDARTHA GAUTAMA.
“Siddartha Gautama” foi explanado por um ar de um túnel imemorável. Não se sabe NADA acerca do indivíduo que promoveu a gigantesca modificação de Siddartha. Este se tornou desprendido, desapegado... Após o império instantâneo do trauma que lhe entrou pelos ouvidos e se espalhou amargamente pela alma.
Decidiu seguir o esboço da abstinência em prol da busca de um mísero sentido à Vida, em prol de paliativos aos traumas por que passara. Insistiu. Persistiu. Resistiu. Até chegar à onipotência de um simples batismo, embora de um extenso cerne: Buda.

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