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18 de junho de 2006

Velocidade de avião em solo

Todo meu contemporâneo sucumbirá. Que as sobras saibam gozar todo o dolorido fôlego que insistiu; que esteve em minha vigília. Mutirões de pretéritos, de promessas, de frescores a participar de meu redemoinho.
O panteísmo espanta a fragilidade de minha alma. Monstros ensurdecedores; monstros mudos. Mostruário de anestesias. Mostruário de dor. Mostruário de regozijo.
Desabafo com o inanimado, porque os ânimos já estão esgotados. A casa está morta, como obra em andamento à noite, sem a aura dos pedreiros. A casa é a suma inércia, porque todos dormem e fisgam outras moradas ininteligíveis.
Face a face com uma das mímicas da vida. As imitações são quase sempre iguais, mas persiste uma balbuciada que os ouvidos não captam. Feixe de solos desconhecidos a cegos ousados; a poetas. Poetas são míseros cegos petulantes.
Volto de uma adrenalina insana. Ilógica como a ação do existir. E desnudo-me. E coloco o pijama e retiro o decalque da maquiagem... Junto ao processo de depuração, existe uma ginástica em que a alma se estende a ponto de rachar. Racha em jardins de inverno de tristeza, alegrias-defuntas, nostalgia. Vasta nostalgia.
Bônus de mesquinhez do que é bom. Enorme mesquinhez. Cancelas ultra - modernas à liberdade cobiçada pelas salivas, indicada pelos livros, inexistente.
A plenitude não altera céus. A plenitude não se acomoda despudoradamente no orgânico. A plenitude talvez demande a morte, a “dexistência”. E antecipar céus me apavora... Temo as engrenagens possantes do signo da interrogação.

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