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27 de junho de 2006

Semblante dominical

Terça-feira. Ampulheta se mutilando para culminar em não sei o quê. O dia se constrange e acaba sucumbindo à prepotência da noite. O dia seguiu em aeronave. Lavaram-se roupas. Fizeram sanduíches. Interagiram com as mais frescas destrezas do computador: instantâneo.
O dia quietou-se. Agora mostra sua outra face. Ou esconde sua nitidez. À tarde, seleção em campo, inquieta, ávida, estendida a todos os continentes através da pretensão dos televisores. A tecnologia me surpreende e me é raquítica. Esta quando penso que é mero plágio da Onipotência. Mas é sábia porque demanda labor intelectual.
O futebol culmina em estouros, gritarias, ansiedades, empolgações e irritabilidade. Quem gosta, em época de Copa se eriça todo. Quem detesta, em época de Copa beira o suicídio.
Terça-feira com todo o instrumento de que se dispõe o domingo. Quietude, insipidez, sumiço dos ecos da Copa do Mundo. Silêncio de Hospital. Os bichos humanos, em suas moradas artificiais, escondem-se uns dos outros. A própria espécie é uma ameaça a todos. Canibalismo disfarçado. Todos temem a genuinidade. Porque podem acabar nas arcadas dos receptores de sentimentos e de emanações de qualquer estirpe. Resquícios de presas em caninos alheios.
É mais conveniente se tatuar de anticorpos, de cercas elétricas. Mas, inibe-se a vida, inibe-se o Deus inerente a cada vital ofertado. É preferível quebrar-se amiúde a ser canastrão e se privar de ser em prol de um temor.
A arte salva a carência. A arte tem dignidade suprema... Não deturpa o que há de bom, como acontece com a espécie humana. O processo humano deforma os tesouros com as salivas do sadismo. É uma pena. É uma penitência se viver em meio a gentes e gentes. Tenho certeza de que em um formigueiro há muito mais respeito e lealdade.

Um comentário:

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom